O que mais me preocupa numa gestão pública não é a falta de dinheiro. É a falta de visão. É a falta de criatividade.
Quando a prefeitura começa a usar o jeito de falar do povo como estratégia de marketing, tentando viralizar com o “dialeto da cidade”, é sinal de que faltou conteúdo e sobrou desculpa. Misturam um “capaz”, um “vamo ali”, colocam numa arte colorida e acham que isso aproxima do povo. Mas o povo quer mais do que isso. O povo quer dignidade. Quer solução.
Enquanto isso, o asfalto segue esfarelando, os postos seguem lotados, e as promessas continuam no papel. Usar o modo de falar da cidade como fachada é, no fundo, zombar da cultura que deveria ser respeitada. Porque falar igual ao povo não é o mesmo que cuidar do povo.
Tem gente que confunde carisma com vocação. Mas vocação, como ensina a Palavra, é dom de Deus para servir. Quem governa precisa lembrar que está ocupando um lugar que deveria ser de entrega, de sacrifício, de responsabilidade.
Jesus não usou a linguagem do povo pra se promover. Ele usou pra transformar. Ele curou, tocou, chorou com o povo. Ele fez.
Criatividade não é forçar meme. Criatividade é resolver o que ninguém mais teve coragem de encarar. E isso, meus amigos, é o mínimo que se espera de quem se diz chamado pra governar.