O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou quatro profissionais de uma escola de educação infantil localizada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, por envolvimento em um caso de tortura contra um menino de quatro anos, com transtorno do espectro autista e não verbal. A criança foi encontrada amarrada pelos pulsos e pela cintura a uma cadeira, dentro de um banheiro da instituição, em um episódio ocorrido entre os dias 4 e 7 de julho de 2025.
Segundo a denúncia, a professora e a assistente de turma foram responsáveis por amarrar o menino em pelo menos duas ocasiões, como forma de castigo, o que caracteriza crime de tortura. Já a diretora da escola, que também é a proprietária, e a pedagoga, foram denunciadas por omissão imprópria, por não impedirem os maus-tratos nem comunicarem os responsáveis legais da criança ou as autoridades competentes. A diretora, mesmo afastada das funções nos dias do ocorrido, teria orientado ou incentivado o uso da contenção. A pedagoga, que ainda não concluiu sua formação superior, também foi apontada como omissa.
A professora chegou a ser presa em flagrante, mas a Justiça autorizou que ela respondesse ao processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. Após a repercussão do caso, surgiram novas denúncias envolvendo outras crianças na mesma escola, incluindo o relato de uma menina de três anos que também teria sido amarrada e agredida. Relatórios e depoimentos indicam que havia um padrão de maus-tratos na instituição, com práticas como uso de álcool em gel como punição, contenção com fita adesiva e até crianças mantidas em jejum.
A denúncia foi formalizada no dia 18 de agosto de 2025 e agora será analisada pelo Tribunal de Justiça do Paraná, que decidirá se aceita ou não a acusação. As investigações seguem em andamento para apurar a conduta de outros profissionais e possíveis omissões institucionais. A família da criança busca justiça e reparação pelos danos físicos e psicológicos sofridos.
